domingo, 27 de abril de 2008

Sicko e o Sistema Unico de Saúde

Estreou recentemente no Brasil o documentário SOS Saúde (Sicko, 2007), do diretor americano Michael Moore, ganhador de um Oscar em 2003 por Tiros em Columbine, diretor também do celebrado Fahrenheit 9/11, de 2004.
Segundo reportagem de Marinilda Carvalho, publicada na Revista Radis, de fevereiro de 2008 (www.ensp.fiocruz.br/radis), Michael Moore solicitou em seu site (http://www.michaelmoore.com/) que os americanos relatassem suas experiências com o sistema de saúde dos Estados Unidos. Em poucos dias, mais de 25 mil depoimentos foram enviados, contribuindo para que Moore adaptasse o roteiro inicial de Sicko.
Os Estados Unidos têm uma população de 301 milhões de habitantes e 47 milhões não têm plano de saúde, o que acarreta cerca de 18 mil mortes por ano. Até o transporte de ambulância para o hospital é cobrado dos pacientes, ainda que se trate de remoção por acidente grave.
Buscando comparar os sistemas de saúde, Moore visitou o Canadá, França e Inglaterra, países com sistemas de saúde gratuitos e universais, tal como o Brasil.
O filme denuncia o modo como a difamação do sistema de saúde canadense é um dos projetos mais queridos da "indústria da saúde" dos EUA, que tem fobia da medicina não-lucrativa e considera "coisa de comunista" qualquer iniciativa de "socialização da saúde".
Em defesa dos interesses da indústria da saúde, segundo Moore, milhões de dólares são "doados" a políticos americanos, em períodos eleitorais ou não. O Deputado Billy Tauzin, por exemplo, exibiu a própria mãe em plenário, durante a aprovação da Lei de Modernização das Receitas Médicas. Ao término do mandato, Tauzin foi conduzido à presidência da Pharma, com salário de US$ 2 milhões anuais.
Nem Hillary Clinton e Barack Obama escapam à crítica de Moore em seu site. Na atual campanha, todos os pré-candidatos foram agraciados com recursos financeiros reunido por seguradoras, laboratórios e associações profissionais. Os maiores beneficiários foram os democratas Hillary (US$ 2,6 milhões) e Obama (US$ 2,1 milhões).
Ao expor as mazelas e injustiças do sistema de saúde do povo mais rico e opulento do planeta, o documentário de Moore tem o grande mérito de produzir as necessárias reflexões sobre o nosso Sistema Unico de Saúde - SUS.
O Brasil é um dos países que ostenta os piores indicadores de desigualdade social e distribuição de renda do mundo. No entanto, pode exibir orgulhosamente, como exemplo para os Estados Unidos e para o mundo, um sistema público de saúde que tem como princípios a universalidade, a gratuidade, a igualdade no acesso e a participação social.
A história do Sistema Unico de Saúde é muito bonita e interessa a todos os que querem um Brasil mais justo. Sua história é a história de todos aqueles que, historicamente, lutaram e lutam por sua consolidação no Movimento da Reforma Sanitária, e também aqueles que, diuturnamente, nos hospitais, serviços e unidades de saúde de todo o Brasil, vão construindo silenciosamente uma das experiências sociais mais bem sucedidas do Brasil e, por que não dizer, do mundo.
E que Deus nos proteja dos políticos inescrupulosos, dos empresários gananciosos e dos profissionais sem ética, que insistem em fazer da saúde - bem maior da vida, uma simples mercadoria.
Gustavo A. Fichter
Adaptação do texto "Isso dói à beça", de Marinilda Carvalho, publicado na Revista Radis, fevereiro de 2008

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Dez dicas para a prevenção do Câncer

O aumento da incidência e da mortalidade por câncer vem despertando a preocupação de toda a sociedade.
O estilo de vida moderno imposto pela sociedade industrializada e consumista acabou por determinar o aparecimento ou recrudescimento das chamadas doenças crônico-degenerativas (DCD), das quais o câncer é um exemplo, além da obesidade, a hipertensão arterial e o diabetes.
Simultaneamente ao aumento de expectativa de vida e o conseqüente envelhecimento da população, as doenças crônico-degenerativas têm sido apontadas como a maior causa de mortalidade e incapacidade no mundo, sendo responsáveis por 59% dos 56,5 milhões de óbitos anuais, segundo os pesquisadores.
Nesse contexto, a divulgação de informações sobre a prevenção das doenças desponta como uma importante medida de promoção da saúde, capaz de produzir as necessárias modificações sobre o estilo de vida das pessoas e, consequentemente, contribuir para a melhoria dos indicadores de saúde da população.
No intuito de contribuir na divulgação dessas informações, reproduzo abaixo um interessante roteiro publicado pelo Instituto Nacional de Câncer - INCA contendo dez dicas para a prevenção d câncer.

1. Evite fumar! Esta é a regra mais importante para prevenir o câncer.

2. Uma alimentação saudável pode reduzir as chances de câncer em pelo menos 40%. Coma mais frutas, legumes, verduras, cereais e menos alimentos gordurosos, salgados e enlatados. Sua dieta deveria conter diariamente, pelo menos, cinco porções de frutas, verduras e legumes. Dê preferência às gorduras de origem vegetal como o azeite extra virgem, óleo de soja e de girassol, entre outros, lembrando sempre que não devem ser expostas a altas temperaturas. Evite gorduras de origem animal (leite e derivados, carne de porco, carne vermelha, pele de frango etc) e algumas gorduras vegetais como margarinas e gordura vegetal hidrogenada.

3. Evite ou limite a ingestão de bebidas alcoólicas . Os homens não devem tomar mais do que dois drinks por dia, enquanto as mulheres devem limitar este consumo a um drink. Além disso, pratique atividades físicas moderadamente durante pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana.

4. É aconselhável que homens, entre 50 e 70 anos, na oportunidade de uma consulta médica, orientem-se sobre a necessidade de investigação do câncer da próstata .

5. Os homens acima de 45 anos e com histórico familiar de pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos devem realizar consulta médica para investigação de câncer da próstata .
6. As mulheres, com 40 anos ou mais, devem realizar o exame clínico das mamas anualmente. Além disto, toda mulher, entre 50 e 69 anos, deve fazer uma mamografia a cada dois anos. As mulheres com caso de câncer de mama na família (mãe, irmã, filha etc, diagnosticados antes dos 50 anos), ou aquelas que tiverem câncer de ovário ou câncer em uma das mamas, em qualquer idade, devem realizar o exame clínico e mamografia, a partir dos 35 anos de idade, anualmente.

7. As mulheres com idade entre 25 e 59 anos devem realizar exame preventivo ginecológico . Após dois exames normais seguidos, deverá realizar um exame a cada três anos. Para os exames alterados, deve-se seguir as orientações médicas.

8. É recomendável que mulheres e homens, com 50 anos ou mais, realizem exame de sangue oculto nas fezes, a cada ano (preferencialmente), ou a cada dois anos.

9. No lazer, evite exposição prolongada ao sol , entre 10h e 16h, e use sempre proteção adequada como chapéu, barraca e protetor solar. Se você se expõe ao sol durante a jornada de trabalho, procure usar chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida.

10. Realize diariamente a higiene oral (escovação) e consulte o dentista regularmente.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Rede de Atenção Oncológica

Numa bonita cerimônia realizada em 4 de abril de 2008, no Auditório Moacyr Santos Silva, no prédio do Hospital do Câncer I, no Centro do Rio, foi comemorado o encerramento do I Curso de Qualificação da Gestão para a Atenção Oncológica, do qual participaram 80 profissionais de 27 Secretarias Municipais no Estado do Rio de Janeiro.
Os representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Resende foram Raone da Silva Fernandes e Patrícia Luciane dos Santos Bechelli, que apresentaram o trabalho denominado Implementação do Núcleo de Apoio ao Paciente com Câncer. O projeto tem por objetivo contribuir para a melhoria do cuidado aos pacientes oncológicos do município, através da criação de uma equipe multidisciplinar que atuará no acompanhamento dos pacientes e no planejamento e implementação de ações relativas à prevenção, diagnóstico, tratamento, educação e comunicação em saúde na área da atenção oncológica.
A iniciativa da realização do Curso visa ao aprimoramento e desenvolvimento da Rede de Atenção Oncológica para o controle do câncer no país e foi implementada pelo Instituto Nacional de Câncer – INCA, uma organização da qual os brasileiros se orgulham e que completou 70 anos de existência no ano 2007. O INCA é órgão executor, normalizador e coordenador da política nacional de controle do câncer no Brasil.
Da cerimônia de encerramento participaram também: Dra. Anamaria Carvalho Schneider, ex-Secretária Municipal de Saúde de Resende e atual Subsecretária de Desenvolvimento de Sistemas de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro; Dra. Simone Vincent, organizadora e condutora do Curso; Dr. Roberto Vincent; Eliana Claúdia de Otero Ribeiro, Coordenadora da CEDC/INCA; Dr. Alvaro Cardoso Machado, Diretor de Saúde em Resende; Gustavo Adolf Fichter, Coordenador do SAASC, na SMS Resende.